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terça-feira, 5 de agosto de 2014

PGM Entrevista MIGUEL ANGELO DA LUZ


Miguel Angelo da Luz teve em sua carreira de treinador muitas glórias. Iniciou-se no ramo em 1979, no Vasco da Gama. Treinou também os clubes Olaria (RJ), Jequiá (RJ), América (RJ), Grajaú Country Club (RJ), Uberlândia (MG), Ajax (GO) e Flamengo(RJ). Porém, foi na Seleção Brasileira de Basquetebol que teve mais destaque. Pela feminina, foi campeão mundial em 1994, na Austrália, e medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Verão de 1996.
Quando foi convidado para ser o técnico da Seleção Brasileira Feminina, em 1993, Miguel era técnico do Basquete Masculino do Grajaú Country Club e acumulou as funções. Em 1994, quando conquistou o título mundial com a Seleção Feminina, o técnico ainda comandava o time Masculino do clube carioca. Portanto, é legítimo afirmar que Miguel representou as cores do Grajaú Country Club no campeonato Mundial da Austrália, conquistado com especial mérito pela Seleção Brasileira. Em 2009, assumiu o cargo de coordenador de desportos olímpicos do Botafogo de Futebol e Regatas. Em 2012 assumiu o cargo de técnico do Tijuca/Rio de Janeiro para a disputa da quinta edição do NBB.

PGM: Miguel, conte-nos um pouco da sua trajetória esportiva e profissional?

MA: Comecei minha carreira no C.R. Vasco da Gama nas categorias de base, passei por América, Jequiá, Olaria, Grajaú C.C., Fluminense, Flamengo e Tijuca. Fora do estado do Rio, dirigi Uberlândia (MG), Universo (GO), Seleção Mexicana e Marinos da Venezuela.
Como gestor C.R. Flamengo e Botafogo F.R.
Seleção Carioca, Seleção Brasileira feminina juvenil e principal.

PGM: É comum entre os atletas e profissionais do esporte, a escolha pela educação física, medicina, fisioterapia e outras áreas ligadas. Você escolheu a educação física e depois a gestão. Quais os benefícios de interligar os conhecimentos destas duas áreas?

MA: Como atleta e técnico sempre tive a capacidade de liderar. Acho que no meio esportivo, temos carência de pessoas que possam orientar profissionais no início de carreira. Escolhi gestão desportiva principalmente para ajudar na formação profissional dessas pessoas. Passei por diversas situações positivas e negativas. Tento passar todos os atalhos para que tenham sucesso nas respectivas áreas.

PGM: Como a gestão pode contribuir para o crescimento esportivo do país?

MA: Acho que o gestor desportivo é uma profissão vista com muita desconfiança no mercado. Algumas federações e clubes são comandados por muitos "curiosos", a tendência é que este cenário mude. Vai levar algum tempo. Se estas entidades quiserem ter sucesso, terão que mudar sua filosofia.

PGM: O futebol é a grande paixão nacional. Quais os caminhos para uma mudança nos nossos trilhos e a retomada das grandes conquistas?

MA: Fazer uma reciclagem, principalmente de seus gestores. No meu entender, todos são reféns dos jogadores. Independente do desporto, o futuro está na base.

PGM: Apesar de muito se falar em profissionalismo, a estrutura dos clubes brasileiros é amadora. Você é favorável a remuneração de todos os dirigentes? Qual modelo de negócio você sugere?

MA: Acho que sim. Sou favorável que estes dirigentes sejam remunerados.

PGM: E a estrutura das federações e confederações, você é favorável a total profissionalização?

MA: Sim. As confederações recebem muitas verbas e geralmente as prestações de contas são contestadas. Se os dirigentes fossem profissionais, certamente diminuiria essas desconfianças.

PGM: Como oriundo do basquete, qual o caminho para esporte a nível nacional. Como crescer e tentar retomar o posto de segunda força na preferência dos torcedores?

MA: Está precisando de uma reestruturação, como começar do zero. Capacitar dirigentes principalmente, reciclar treinadores e incentivar o Basquetebol nas escolas.

PGM: Qual o cenário que você vislumbra para nosso desempenho nas Olimpíadas Rio-2016?

MA: O COB está dando total apoio às confederações para que consigam resultados positivos. Acho que o objetivo de ficar entre os 10 na classificação geral, será alcançado.

PGM: Quais legados a Copa do Mundo e as Olimpíadas deixaram ou deixarão na nossa cidade e no nosso país?

MA: O Rio de Janeiro tem carência de instalações de alto nível. Espero que depois dos Jogos, consigam fazer projetos para que jovens tenham condições de praticar as diversas modalidades.

PGM: Quais seus planos para o esporte?

MA: Estou montando um projeto social/esportivo que visa à iniciação ao Basquetebol. Penso em voltar na gestão, seja em um clube ou qualquer entidade esportiva.

PGM: Que recado você deixa para os leitores do Portal?

MA: Cobrem sempre uma gestão transparente da instituição que você faça parte, seja um clube, federação ou confederação. Precisamos moralizar o esporte e denunciar pessoas que se aproveitam dos cargos em benefício próprio.

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