Em 2006 começava o meu terceiro mandato como membro do Conselho Deliberativo do Botafogo de Futebol e Regatas. Fui convidado para integrar um grupo de aproximadamente vinte conselheiros, na busca por soluções e ideias para a Reforma do Estatuto do Clube.
Gostaria destacar no dia de hoje, um ítem que lutamos em especial: A total profissionalização dos dirigentes do clube. Infelizmente nossa proposta não foi aprovada pela Comissão de Reforma do Estatuto.
Sou totalmente favorável a esta profissionalização dos clubes brasileiros em todos os niveis, começando pelo Presidente, passando pelos Vice-Presidentes, Diretores e assim por diante. Esta profissionalização, com a consequente remuneração dos seus membros, em nada impedirá que a paixão que envolve os clubes nacionais, seja colocada de lado. A paixão é fundamental para qualquer movimento fluir, desde que ela não cegue as decisões racionais que devam ser tomadas.
Seguindo o modo PGM de administrar, apresentamos uma proposta de estrutura para os clubes brasileiros:
CONSELHO DE ACIONISTAS - Composto por 150 sócios eleitos pelo corpo de associados do clube. Tem o poder de fiscalizar e eleger os membros do Conselho de Administração. Mandato de cinco anos, com direito a apenas uma reeleição.
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO - Composto por 25 sócios eleitos pelo Conselho de Acionistas. Tem o poder de fiscalizar os membros do Conselho Diretor. Mandato de cinco anos, com direito a apenas uma reeleição.
CONSELHO DIRETOR - Composto pelo Presidente e pelos quatro Vice-Presidentes. São eleitos pelos associados do clube. Tem por objetivo planejar, organizar, comandar, controlar e coordenar as ações do clube. Mandato de cinco anos, com direito a apenas uma reeleição.
Os Vice-Presidentes de Departamentos e suas respectivas áreas:
- PLANEJAMENTO E GESTÃO - Financeiro, Recursos Humanos, Tecnologia da Informação e Jurídico;
- OPERAÇÕES E DESENVOLVIMENTO - Futebol, Esportes Olímpicos e Social;
- RELACIONAMENTO E MARKETING - Marketing e Comunicação;
- PROJETOS E NOVOS NEGÓCIOS - Produtos e Conhecimento.
Precisamos avançar neste assunto. Recentemente entrevistamos Miguel Angelo da Luz, Marcelo Fronckwoiak e Alexey Carvalho. Todos foram unânimes neste tema, e reproduzimos parte destas entrevistas:
MIGUEL ANGELO DA LUZ: "Sou favorável que estes dirigentes sejam remunerados. As confederações recebem muitas verbas e geralmente as prestações de contas são contestadas. Se os dirigentes fossem profissionais, certamente diminuiria essas desconfianças."
MARCELO FRONCKOWIAK: "Sou favorável a remuneração dos dirigentes! Isto é uma profissão; do jeito que estamos não iremos melhorar! Qual o problema de um trabalhador/gestor receber pelo seu trabalho? A situação atual cria distorções. A referência anterior em relação aos clubes de futebol serve para as federações e confederações. Precisamos repensar nosso modelo de gestão! Se quisermos profissionalismo e resultados devemos ser profissionais em todas as instancias da esfera esportiva. A falta de profissionalismo nas federações e confederações gera possibilidades nem sempre éticas."
ALEXEY CARVALHO: "Clubes dentro da nossa legislação no Brasil são agremiações esportivas e não empresas. Para que um clube possa ser administrado como empresa e que seus presidentes e vices possam ser remunerados, será preciso mudar toda a concepção e normas de estatuto e nomenclatura, isso através de uma mudança radical que viria do próprio Ministério do Esporte conjuntamente com o Ministério do Trabalho. Sou favorável que seus funcionários sejam profissionais e qualificados para exercerem aquela profissão. Quanto à remuneração em alguns casos o próprio estatuto permite que alguns presidentes deles recebam verba de representação, diárias, viagens, sem que isso envolva algum tipo de vinculo ou cargo empregatício."
Adm. José Carlos Rodrigues
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