Menos Amadores, Mais Profissionais

O problema do futebol brasileiro não está apenas no gol perdido do Firmino, no destempero do Neymar ou da incapacidade técnica de alguns jogadores. É muito maior do que isto, e vem no seu nascedouro: nos clubes.

O amadorismo que ainda impera na maioria dos clubes, é o principal responsável pela situação que estamos passando. Antigamente as coisas funcionavam de uma maneira e o Brasil não se atualizou neste quesito. Diretores amadores, ex-atletas em funções sem nenhuma capacitação, apadrinhados políticos, contratação de funcionários que trouxeram votos, dentre outras, são algumas situações que ocorrem na maioria dos clubes brasileiros.

Recentemente no Botafogo, por exemplo, tivemos um grande avanço nas gestões de Bebeto de Freitas e Maurício Assumpção no quesito profissionalização das diretorias. É lógico que não é uma receita de bolo, e alguns percalços podem acontecer para que os objetivos esperados não sejam alcançados. Infelizmente a administração Maurício Assumpção teve o rebaixamento finalizando o seu mandato, mas fazendo uma simples analogia, caso o seu mandato tivesse cinco anos o mesmo seria endeusado e considerado um dos grandes presidentes da história. Não podemos esquecer a volta do clube à Libertadores após 18 anos, as contratações de ídolos para o clube, como Jéfferson (volta ao clube após cinco anos fora), Loco Abreu e Seedorf, dois Campeonatos Estaduais, salários em dia, shows de Paul McCartney, Justin Bieber e outros artistas no Engenhão, e por aí vai.

Falo do Botafogo e o utilizo como exemplo, pois respiro o clube desde os meus nove anos de idade, sempre acompanhando o meu pai em diversas eleições, e na própria gestão do clube. Fui conselheiro por três vezes, além de ocupar diversos cargos na direção e na gestão do clube.

Um administração inchada dificilmente conseguirá seu êxito. A minha luta é que um dia consigamos atingir a total profissionalização dos clubes, como isto ainda não é possível, apresento um modelo de organização para os clubes de futebol brasileiro, dividido em no máximo quatro níveis:

DIRETORIA (eleitos, indicados e não remunerados)

Presidência

Vice-Presidência Geral

Vice-Presidência de Planejamento, Gestão e Marketing

Vice-Presidência de Futebol

Vice-Presidência de Esportes Olímpicos e Social

SUPERINTENDÊNCIA (escolhidos e remunerados)
Executiva
Planejamento, Gestão e Marketing
Futebol
Esportes Olímpicos e Social

GERÊNCIA (escolhidos e remunerados)
Recursos Humanos
Financeiro
Tecnologia da Informação
Jurídica
Comercial
Marketing
Futebol Profissional
Futebol Amador
Esportes Terrestres
Esportes Aquáticos
Remo
Social

TÉCNICO E OPERACIONAL (escolhidos e remunerados)

Enfim, são apenas sugestões visando um futebol melhor. Um sonho? Talvez.